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Algumas publicações que abordam o Eixo TS em seus temas
FORMAÇÃO EM SAÚDE
Azevedo, A. B. de; Pezzato, L.M.; Mendes, R. (2017). Formação interdisciplinar em saúde e práticas coletivas. Saúde em Debate, 41(113), 647-657.
A Universidade Federal de São Paulo, campus Baixada Santista, acompanhando os movimentos de mudança na formação em saúde no País, propõe, em seu Projeto Político Pedagógico, um desenho curricular que propicia a formação integrada entre as diferentes áreas profissionais. Este artigo objetiva investigar alguns aspectos do trabalho interdisciplinar, interprofissional e comum do processo formativo, colocando em análise um dos módulos do eixo comum chamado 'Trabalho em equipe e práticas coletivas'. O desafio destacado é o de não burocratizar as ações e o modo de pensar a saúde, para que a experiência seja produtora de sujeitos eticamente compromissados com a vida.
Capozzolo, A. A. et al. Experiência, produção de conhecimento e formação em saúde. Interface (Botucatu), Jun 2013, vol.17, no.45, p.357-370.
Este artigo apresenta parte dos resultados de pesquisa sobre a experiência de formação interprofissional no eixo Trabalho em Saúde na Unifesp - campus Baixada Santista, Santos, SP, Brasil. O objetivo do trabalho foi sistematizar, analisar e estabelecer estratégias de acompanhamento dessa formação. Foram utilizados diferentes instrumentos de coleta de dados, como grupos focais e entrevistas semiestruturadas, e as análises foram apresentadas e discutidas com os sujeitos envolvidos. Este artigo aborda as questões relacionadas à temática da experiência e produção de conhecimento, e os resultados indicam que a formação tem contribuído para a construção de um modo de atuar dos futuros profissionais que considera a complexidade do processo saúde-doença-cuidado.
Frutuoso, M. F. P.; Junqueira, V.; Capozzolo, A. A.. A experiência de formação (em) comum de nutricionistas na Unifesp, campus Baixada Santista. Saúde debate, Mar 2017, vol.41, no.112, p.298-310.
Para discutir a experiência de formação em comum do eixo Trabalho em Saúde, da Universidade Federal de São Paulo, delineou-se estudo qualitativo conduzido por meio de grupo focal, com concluintes do curso de nutrição. Evidenciaram-se tensões não somente entre o específico e o comum nas práticas profissionais, mas na concepção de cuidado e clínica. Efeitos importantes na formação foram relatados, na medida em que as atividades do eixo fizeram um convite à criação e invenção de outros modos de cuidar em nutrição, a partir da contaminação/combinação de áreas profissionais, afastando-se de práticas normativas, insuficientes para dar conta da complexidade da alimentação e nutrição, na atualidade.
Este artigo tem como objetivo apresentar e analisar uma experiência de formação interprofissional que ocorre desde 2008, envolvendo estudantes do terceiro ano de graduação dos cursos de Educação Física, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional de uma universidade pública. Ao longo do semestre, equipes mistas de estudantes, supervisionadas por duplas de docentes, também de diferentes áreas profissionais, realizam atendimentos semanais e elaboram projetos de cuidado para pessoas/grupos selecionados por equipes dos serviços. A metodologia utilizada envolveu a produção de narrativas de situações marcantes vivenciadas por docentes nas atividades de ensino, das quais foram discernidas questões que têm se colocado nesta proposta de formação. A discussão de tais questões indicou as potencialidades de intervenções em comum e os desafios da supervisão docente para sustentar a experiência dos estudantes e possibilitar a constituição de uma clínica que valorize a perspectiva dos usuários.
EXPERIÊNCIAS DURANTE O ENSINO REMOTO
Transcorridos 16 meses de interrupção das aulas presenciais em decorrência de medidas de distanciamento social impostas pela covid-19, nos propomos a problematizar nossos modos de ensinar e aprender na graduação de profissionais de saúde.
Pezzato, L.M. et al. Construindo o próprio chão: narrativas de reinvenções da docência universitária na pandemia. Revista Saúde em Redes (ISSN 2446-4813), v. 7, Supl. 1 (2021).
Relato de experiência de um grupo de docentes do Instituto Saúde e Sociedade da Unifesp, campus Baixada Santista, sobre processo vivido durante o período inicial de suspensão do calendário acadêmico em decorrência da pandemia de Covid-19. Compartilhamos reflexões sobre iniciativas coletivamente construídas e implementadas no período de março a agosto de 2020 e suas repercussões no processo formativo. As ações evidenciaram novas formas de ensinar, aprender e cuidar, que contribuíram sobremaneira para a construção posterior de debates e iniciativas comuns na instituição e na reestruturação das unidades curriculares subsequentes para a retomada do calendário acadêmico. Ao mesmo tempo, observou-se relatos de intensa frustração, exaustão e incertezas diante do que se apresentava em nossas vidas e na sociedade.
A pandemia de Covid-19 exigiu a adequação das atividades práticas em saúde para o formato on-line, sendo esse um desafio maior para os cursos com currículos interprofissionais. Este artigo relata a experiência de uma turma do módulo Clínica Integrada: produção de cuidado, do Eixo Trabalho em Saúde, da Universidade Federal de São Paulo – campus Baixada Santista, no formato de atividades domiciliares especiais, ressaltando como as competências interprofissionais foram desenvolvidas nessa nova perspectiva. Em oito encontros síncronos aproximamos os estudantes da realidade do serviço de saúde por meio de trocas com profissionais e usuários do serviço. Discutimos a experiência de aprender sobre cuidado, inclusive nesse contexto da pandemia e as mudanças dela advindas. Conseguimos alcançar os objetivos educacionais do módulo e desenvolver as competências para a prática interprofissional colaborativa, ainda que algumas tenham sido mais incipientes.
NARRATIVAS
Capozzolo, A.A.; et al. (2014). Narrativas na formação comum de profissionais de saúde. Trabalho, Educação e Saúde, 12(2), 443-456.
Este texto relata a experiência de formação comum que ocorre desde 2007 no campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo, no terceiro semestre de graduação, do eixo curricular trabalho em saúde. A experiência articula estudantes e docentes de diferentes áreas profissionais: educação física, fisioterapia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional. São apresentadas as diretrizes e estratégias de organização do módulo ‘Prática clínica integrada: análise de demandas e necessidades de saúde’, que adota a produção de narrativas de histórias de vida e de questões de saúde de pessoas selecionadas por docentes em conjunto com as equipes da rede de serviços do município de Santos, São Paulo. As narrativas foram produzidas em encontros quinzenais dos estudantes com as pessoas acompanhadas em suas residências e de supervisões com os docentes. Realizou-se análise de conteúdo de 120 relatórios de conclusão do módulo elaborados pelos estudantes nos anos de 2007 e 2008 visando identificar efeitos dessa proposta de formação. A elaboração de narrativas favoreceu aos estudantes ampliar a capacidade de escuta e a percepção da complexidade do processo saúdedoença-cuidado, bem como de outros aspectos do que se tem denominado de ‘clínica comum’ às diversas profissões em saúde.
Goulart, P.; Pezzato, L.M.; Junqueira, V. (2018). Experiências narrativas: um relato de formação em saúde. Linhas Críticas, Brasília, DF, v.24 -2018, p.237-254.
Apresentamos uma discussão com base no módulo “Encontros e Produção de Narrativas”, parte integrante da matriz curricular de uma formação universitária em saúde. O estudo decorre de relatos referentes à dimensão da experiência em campo vivenciada pelos estudantes, contemplando a escuta de usuários/as vinculados a Unidades de Saúde, com atenção às demandas de saúde. Durante um semestre, duplas de estudantes realizam visitas domiciliares quinzenais aos usuários/as, produzindo diários de campos que serão base para a construção de uma narrativa. O processo situa a narrativa como recurso pedagógico potente, para a tomada de consciência de si, do outro e das condições concretas de existência.
Imbrizi, J. M. et al. Narrativas de vida como estratégia de ensino-aprendizagem na formação em saúde. Interface (Botucatu), 2018, v. 22, n.66, p.929-38.
Neste texto, serão apresentadas três diferentes experiências de professores que utilizam o processo de produção escrita da narrativa como método de avaliação, que substitui a clássica prova. No curso de Psicologia, no módulo “Psicologia, Ideologia e Cultura”, no segundo ano de formação, a principal atividade de avaliação solicitada é a entrega de um memorial, cujo objetivo é a produção escrita da trajetória de vida com vistas à articulação entre as experiências do estudante e os textos e conceitos trabalhados no módulo. No curso de Terapia Ocupacional, no módulo “Atividades Lúdicas e Lazer”, é solicitado ao estudante de terceiro ano do curso de graduação que escreva sua biografia, tendo como foco o brincar na sua infância. No eixo comum “Trabalho em Saúde”, no segundo ano de formação, no módulo “Prática Clínica Integrada: análise de demandas e necessidades de saúde”, estudantes têm o desafio de escrever a narrativa de história de vida dos usuários de um Núcleo de Apoio Psicossocial (Naps). Nesse caso, eles são convidados a cartografar as relações entre a trajetória de vida de usuários da Saúde Mental e as redes de cuidado e apoio ofertadas para essas pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Este livro discorre sobre práticas em Educação e Saúde, considerando um módulo de graduação oferecido na Universidade Federal de São Paulo, no Instituto Saúde e Sociedade. Os textos exploram conceitos, abordagens e os sentidos da narrativa se convertendo em material substantivo para o público acadêmico e leigo, dado o recurso da escrita de si, como via de expressão. A proposta se atém à narrativa como dispositivo potente para descoberta de si e do outro, como também explora os desdobramentos deste gênero nos modos de escuta e cuidado em saúde. A obra se estrutura em dois blocos: “Narrativas de Si e do Outro” e “Narrativas de Si Per Si”. No primeiro, os/as autores/as narram situações com ênfase em experiências em sala de aula e territórios, enquanto no segundo, a ênfase recai sobre os sentidos de ser educador/a.
CLINICA COMUM
No desafio de formar profissionais de saúde implicados com a atenção integral e uma clínica comum, este livro apresenta alguns itinerários. Trata-se da experiência de formação – que denominamos entreprofissional- do eixo Trabalho em Saúde, um dos eixos curriculares comuns aos cursos de Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.
Clínica comum é uma produção coletiva. Após dez anos de atividades de ensino e cuidado, 38 autores, entre professores, estudantes e trabalhadores, que participam da proposta pedagógica do módulo Clínica integrada: produção do cuidado, oferecido pelo eixo comum Trabalho em Saúde do campus Baixada Santista da Unifesp se dedicaram a escrever acerca desta experiência. Quisemos compartilhar, com este livro, algumas cenas desta clínica comum vivida por estudantes, docentes, equipes dos serviços e usuários, no mister de inventar e apoiar possibilidades de vida menos restritivas e mais prazerosas. Cenas de formação e cuidado envolvidas em inquietudes, precariedades, questões e tentativas de elaboração: companhias de nosso ensinar e aprender. A heterogeineidade dos textos se fez à semelhança dos seus autores de diversas áreas da saúde. Todes buscando pôr em debate esta experiência inovadora e desafiante, escrita a dezenas de mãos, olhos, ouvidos e pés; muitos corpos que percorrem os caminhos do cuidado e da formação em saúde.
Federici, C.A.G.; Mendes, M.L; Liberman, F. O diário invertido como possibilidade de variação pedagógica intensiva.Pro-Posições | Campinas, SP | V. 32, 2021.
O presente artigo trata do diário invertido, uma ação pedagógica feita junto aos alunos do 3º ano de graduação de uma universidade pública. A iniciativa dos professores de enviar diários de campo aos estudantes visava horizontalizar, intensificar e qualificar a comunicação entre ambos. A proposta foi desenvolvida em uma disciplina prática com mulheres em situações de vulnerabilidade em Santos e, considerada como variação pedagógica, discutiu sobre uma prática de ensino-aprendizagem que pudesse promover relações de confiança, respeito e composição no contexto da universidade. Dar linha a um tempo melhor cadenciado alçou a qualidade dos encontros a novos ares, reconciliando a confiança e o cuidado como sentidos primevos da relação pedagógica.